terça-feira, 7 de junho de 2011

O que é Português é Mais Caro!

Eu bem me esforço, mas se continuarmos nesta crise não vai ser fácil...

Numa lista de compras básica, comprar exclusivamente produtos nacionais sai 33% mais caro ao bolso dos consumidores quando comparado com o cabaz equivalente mais barato.

Em tempo de crise e de escassez financeira, não é fácil cumprir a vontade de comprar português. A Renascença saiu determinada em direcção a um hipermercado (o ponto de venda em causa faz parte do grupo Sonae) com uma lista de compras, que foi distribuída por dois carrinhos: um exclusivamente com produtos portugueses, outro com os produtos mais baratos que a Renascença encontrou nas prateleiras.

Primeira conclusão: comprar português sai mais caro. A factura do carrinho nacional foi de 80,04 euros, ao passo que o carrinho mais barato ficou-se pelos 60,84 euros. 

A grande diferença é que a maioria dos produtos que ficou no carrinho mais em conta é de marca branca. No rótulo destes produtos lê-se “Fabricado na União Europeia”, o que, em bom rigor, até pode significar que é fabricado em Portugal. A Renascença tentou obter esclarecimentos junto da Sonae sobre a origem destes produtos, mas até agora essa informação não foi disponibilizada. 

Segunda conclusão: mesmo com muito esforço, é difícil saber se o consumidor está ou não a comprar produtos nacionais. Não são muitos os produtos que ostentam o selo “Compre o que é Nosso” ou aqueles que explicitamente referem que é “made in” Portugal. 

Na maioria dos casos, dá-se a volta às embalagens, encontram-se moradas portuguesas dos distribuidores, mas não se sabe se a origem do produto é nacional. A excepção é composta pelos legumes e pelas frutas- nestes casos, a origem dos produtos está bem explícita. E aqui as notícias são boas: a maior parte dos legumes e frutas mais baratos são portugueses. 

Apenas as cebolas e as bananas nacionais são ultrapassadas pelas estrangeiras. Nota ainda para os alhos, feijão verde, pimento e ananás. Nestes produtos, o cliente não tinha escolha: ou levava alhos espanhóis, feijão verde marroquino, pimentos espanhóis e ananases equatorianos ou ficava de mãos a abanar.


Cristina Nascimento

P.S: Comparação entre produtos aqui http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=1128&did=158937

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